Projeto Ecológico de Longa Duração - Florestas de Roraima (PELD FORR)
Quem somos
Objetivo e linha do tempo
Consolidar um programa de monitoramento integrado da biodiversidade e processos ecossistêmicos para avaliar o efeito de determinantes ambientais em diferentes escalas espaciais e em relação à variabilidade climática intra e interanual.
Áreas de estudo
O PELD FORR engloba cinco áreas de estudo, representados por duas áreas protegidas (Parque Nacional Viruá, a seguir, PNV; e Estação Ecológica de Maracá, a seguir, EEM), que fazem parte do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio/MCTI), e três áreas florestais privadas.
As áreas protegidas selecionadas são importantes para a conservação de várias espécies de árvores (como Centrolobium paraense Tul.), mamíferos de médio e grande porte e várias espécies de aves em questão de conservação. Cada uma das áreas protegidas selecionadas como locais de estudo possui uma rede de 30 parcelas permanentes de 1 hectare, distribuídas sistematicamente por uma área de cerca de 25 km2 e onde cerca de 20.000 árvores estão marcadas e mapeadas, e são monitoradas em intervalos de cinco anos desde 2006.
As áreas florestais fora das áreas protegidas cercam o PNV e são parcelas com ocorrência da castanheira-da-amazônia (Bertholletia excelsa Bonpl.), onde a população rural coleta castanhas para consumo próprio ou para venda. Trabalhar com a comunidade do entorno é vital para propor alternativas que combinem retorno econômico com conservação da floresta e a difusão de práticas agrícolas sustentáveis é muito importante para manter o avanço do desmatamento e a ameaça de incêndio dentro dos limites do parque.
Por estarem localizadas no extremo norte da Amazônia, as áreas do PELD FORR apresentam características climáticas e geológicas únicas no cenário amazônico. Os padrões de chuvas, por exemplo, são diferentes de outros sítios PELD em atividade na Amazônia brasileira, com uma estação seca mais longa em um gradiente de precipitação variando de 1.700 a 2.300 mm / ano. Além disso, as áreas selecionadas representam ecossistemas de contato florestal (floresta campinarana-ombrófila, savana sazonal) que são sensíveis à seca e devem se tornar cada vez mais frequentes na Amazônia, em cenários futuros de mudanças climáticas e retração florestal. Eventos climáticos como o El Niño afetaram dramaticamente as florestas de Roraima nos anos anteriores (por exemplo, 1997-98, 2010 e 2015-16), resultando em incêndios selvagens de grandes proporções. Esses cenários (incêndios associados a secas extremas) devem se tornar mais comuns nessa região da Amazônia com as mudanças climáticas previstas no futuro próximo. Assim, o conhecimento gerado pelo PELD FORR deve melhorar nossa compreensão da variação espacial e temporal da biodiversidade e dos estoques de carbono nas fitofisionomias florestais ainda pouco representadas nos principais programas de monitoramento ambiental da Amazônia.
Perguntas
Em resumo, a questão científica que integra os objetivos propostos para o PELD FORR é a compreensão de como os processos de biota e ecossistema respondem a mudanças nos determinantes ambientais ao longo do tempo (escala intra-anual, anual e plurianual) e do espaço (escala espacial) em florestas do extremo norte da Amazônia (Figura 2). Para avaliar os efeitos na biota, selecionamos cinco grupos biológicos, representando diferentes níveis tróficos: produtores primários (árvores), consumidores (borboletas, pássaros e mamíferos) e decompositores (microorganismos). Em termos de processos ecossistêmicos, diferentes componentes do ciclo do carbono foram selecionados devido ao importante papel das florestas nos inventários e fluxos desse elemento na atmosfera (Malhi & Grace, 2000). Assim, variações espaciais no solo, topografia e condições de drenagem estarão relacionadas a variações de carbono armazenadas na vegetação (variação espacial e temporal dos estoques de carbono na biomassa arbórea), carbono transportado entre vegetação-água-solo e carbono indireto liberado pelo processo de decomposição foliar em diferentes escalas espaciais. Os determinantes ambientais escolhidos como preditores de mudanças na diversidade e nos processos do ecossistema são: textura e fertilidade do solo, topografia e profundidade do lençol freático, este último ainda pouco avaliado em escala paisagística na Amazônia. Além disso, o monitoramento de grupos-chave e espécies vulneráveis ou ameaçadas de extinção por meio de protocolos de pesquisa de longo prazo são demandas priorizadas pelos gestores, a fim de avaliar a eficácia do manejo e os efeitos das mudanças climáticas sobre a biodiversidade em áreas protegidas (Ribeiro 2014, Costa-Pereira et al., 2013).
Financiamento e instituições
O Programa de Pesquisa Ecológicas de Longa Duração Florestas de Roraima (PELD-FORR) é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e possui como instituição executora a Universidade Federal de Roraima (UFRR). O projeto apresenta como instituições parceiras a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) RR, Embrapa Meio Ambiente, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Universidade Estadual de Roraima, Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) Amazônia Ocidental, e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Centro de Estudos da Integrados da Biodiversidade Amazônica (INCT CENBAM) (Figura 1).